A Eletrobras e a Suzano firmaram parceria para o desenvolvimento de soluções sustentáveis a partir do aproveitamento de CO2 biogênico, gerado em unidade de produção da Suzano. O acordo em torno do uso de matérias-primas renováveis prevê a evolução de estudos conjuntos para a produção de hidrogênio renovável e combustíveis sintéticos, visando, por exemplo, a substituição de combustíveis fósseis em diversos modais logísticos.
“Esse acordo estabelece a base para o desenvolvimento de uma cooperação estratégica, com ênfase na produção de combustíveis sustentáveis, e visa atender à crescente demanda por hidrogênio de baixo carbono e derivados no mercado nacional e internacional”, afirma o vice-presidente de Comercialização e Soluções em Energia da Eletrobras, Ítalo Freitas.
As discussões entre Eletrobras e Suzano para a assinatura do memorando de entendimento tiveram início no segundo semestre de 2023. A evolução das pesquisas estabelecerá a viabilidade técnica e econômica para a construção de uma unidade de produção de combustíveis sintéticos.
“Pretendemos avançar nos estudos em parceria com a Eletrobras para reforçar o diferencial competitivo do Brasil na bioeconomia mundial. A produção de e-metanol, um combustível proveniente de insumos renováveis como o CO2 biogênico e hidrogênio de baixo carbono, e que é um dos candidatos mais prováveis para substituir combustíveis fósseis na indústria marítima, por exemplo, contribuiria expressivamente para a transição energética e descarbonização global”, diz o diretor de Energia da Suzano, Paulo Squariz.
A produção de combustíveis sintéticos a partir de CO2 biogênico e hidrogênio renovável é uma rota que apresenta demanda potencial e escalabilidade. O CO2 biogênico gerado a partir da queima de biomassa e licor negro provenientes do processo de produção de celulose nas fábricas da Suzano pode ser capturado e misturado com o hidrogênio renovável, gerado a partir da eletrólise da água, para produzir combustível sintético e limpo, em especial o e-metanol.
A Suzano tem forte atuação no mercado de energia verde e é referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do eucalipto. Das árvores plantadas para fins industriais, além da liderança em celulose, papel e embalagens e bens de consumo, a companhia já produz lignina, celulose microfibrilada (MFC) e outros materiais utilizados na fabricação de itens como fios têxteis, borracha e insumos químicos.